quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Ao jornal semanal Tribuna de Barcarena,

Inicialmente quero parabenizá-los pela edição especial de lançamento, mas também quero registrar minha indignação ao que foi impresso neste jornal. Na matéria de capa destaca-se Vila do Conde: Os contrastes sociais no berço da indústria mineral do Pará. Dedico essa primeira página a alguns pontos relativos às denúncias de descaso feitas por este jornal.

Quanto a esta matéria, concordo que há falta de recursos e assistência, haja vista que, por causa das empresas aqui instaladas, geram se não a terceira maior renda do Estado do atrás de Belém e Ananindeua (me corrijam se meus dados estiverem errados). Com o percentual de prostituição crescente cada vez mais, lembrando que não são somente os “gringos” a utilizarem esse “serviço”, mas também, há “clientes” da Vila dos Cabanos e Barcarena sede, onde (alguns além de casados) ocupam algum cargo de relevante importância dentro de empresas, órgãos públicos e até em igrejas.

Concordo plenamente com as denúncias feitas no jornal e vejo que (toda) essa situação se deve ao descaso tanto por parte da administração pública quanto da própria população. Ora, não é porque o serviço de limpeza não vem recolher o lixo doméstico que vou deixar espalhado na frente da minha residência. É fácil colocar a culpa no outro (veja bem, não estou, de forma alguma, defendendo a administração pública), o que penso e acredito é que se cada um faz sua parte, governo e população, em todas as esferas, desde municipal até federal, certamente conseguiríamos reverter, pelo menos, parte da situação. No entanto, prevalecendo o “jeitinho brasileiro”, pessoas se prendem ao ócio devido a programas do governo que deveriam ser provisórios, mas que acabam por se tornarem permanentes, não ajudando, sustentando. Responsabilidade social não é dar esmolas e sim fornecer subsídios que capacitem mão de obra qualificada (já que é essa a desculpa de muitos para não conseguir emprego), porém, quando a oportunidade de qualificação chega é preferível o ócio, “eu ganho a bolsa...”. Não se pode dar o peixe e sim ensinar a pescar.

Na matéria, propriamente dita, sob o titulo “Pobreza que afronta o império mineral do para”, me chamou a atenção e gerou em mim certa revolta, com o que considero um descaso do jornal para com a história de Vila do Conde na frase inicial da segunda parte da matéria em destaque: ”Vila surgiu com a chegada das empresas”, a história de Barcarena e seus bairros vão muito mais além. Vila do Conde é uma das localidades mais antigas do Estado do Pará, par isto basta pesquisar a idade do maior monumento histórico, a Igreja de São João Batista, antigamente chamada de São João dos Mortigura, povo nativo da região no tempo da administração jesuítica. Esse monumento histórico serviu de palco para a revolta mais marcante do povo paraense, a Cabanagem. As pessoas que, atualmente, vivem em outras localidades de Barcarena são oriundas dessa Vila, que foram remanejados da área onde hoje podemos “admirar” o porto de Vila do Conde ( e não a Vila do Conde do Porto).

Minha indignação começa muito antes da matéria, começa quando batemos no peito e dizemos: “moro perto da Albrás” e envergonhado em seguida, me pergunto se os moradores dos arredores da usina hidrelétrica de Tucuruí se orgulham de ali morarem, sem energia elétrica, à luz de lamparina. Que orgulho é esse? Eles assim como nós, estão há muito mais tempo do que eles, daí dizer que “surgimos devido as empresas exploradoras (não só de minérios, pois a exploração vai muito mais além) que estão acabando com a beleza natural de nossas praias” acho indignante, por isso faço questão de responder essa matéria.

Pra finalizar quero ratificar a história dessa Vila que é muito mais antiga que seus próprios moradores, esses que compõem essa história com grande orgulho, mesmo aqueles advindos de outros lugares (bairros, municípios, estados, regiões, países e até outros continentes) e adotam essa terra com sua e a defendem com garra. Mas é revoltante, chegar alguém de fora e atacar, de todas as formas, inclusive ideologicamente, a nossa população como acontece, sobretudo, nesses tempos de eleições, se for para ser assim, não sendo xenófobo, melhor nem vir. Vila do Conde é o reflexo, em uma escala menor, do Brasil: diversa, multirracial, multicultural, inter-religiosa, sofrida, mas lutadora, perseverante.

Meu nome é Sergio Angelim dos Anjos, condense desde o nascimento, em 1986, tenho quase a mesma idade que o complexo Albrás/Alunorte, parte da minha raiz ancestral morava onde o complexo se instalou. Há alguns anos minha tia se emocionou ao nos mostrar parte da casa onde moravam... Aquele pedaço de moradia devia guardar outro acervo de uma história de uma família, de um povo que chora por não ser lembrado e além de ser esquecido, continua a ser esmagado pelos mesmos tratores (da modernização) de outrora, mas de outras formas, com outros nomes, inclusive de pessoas.

Faço parte de uma geração que aos poucos vão adotando outros costumes, trocando um bom tacacá por um carregado (de gorduras e outros malefícios) hambúrguer, hot dog, etc. Certa vez um jornal noticiou que a escola em que eu outros cursaram o ensino médio foi apontada como tendo o melhor ensino da rede pública de Barcarena. A matéria foi até colocada em destaque no quadro de avisos da escola em questão e mais uma vez me enchi de orgulho que transformou mais uma vez em tristeza e indignação quando vi que esse “melhor ensino” era igual ao pior ensino da capital Belém, ou seja, éramos os melhores entre os piores, não acho isso mérito (mérito dos professores), acho isso um descaso coma nossa educação. Estou concluindo o curso de Pedagogia na Universidade do Estado do Pará, campus XIV no município de Moju. Agora que a universidade instalou um de seus pólos aqui e, para quem não sabe, esse campus do Moju era pra ser aqui, mas por falta de incentivo da administração, perdemos a oportunidade de cursar o ensino superior mais perto de casa, no nosso município.

Escolhi o curso de Pedagogia por me expelhar na dedicação de muitos dos professores do melhor ensino de Barcarena que acreditavam ser a educação o mais eficaz melhor meio de transformação social e pretendo seguir essa ideia como educador que pretendo ser. Para isso espero que possamos contar com os meios de comunicação, a mídia é responsável por uma gama de informações que ou educam ou estragam o seu público, depende da veiculação das informações, corretas ou não. Será que posso contar com vocês para uma verdadeira educação informacional. Obrigado pela atenção dispensada a esse desabafo de um leitor que só espera contribuir para a construção de um país melhor, a começar pela minha amada e querida Vila do Conde. Um fraterno abraço.

O EXEMPLO DO LÁPIS

Um menino olhava a avó escrevendo uma carta. A certa altura, perguntou: “ A senhora está escrevendo uma história que aconteceu conosco? “E, por acaso, é uma historia sobre mim?”. A avó parou a carta, sorriu e comentou com o neto: “ estou escrevendo sobre você, é verdade. Entretanto, mais importante do que as palavras, é o lápis que estou usando. Gostaria que você fosse como ele quando crescesse.”

O menino olhou para o lápis, intrigado, e não viu nada de especial: “Mas ele é igual a todos os lápis que vi em minha vida”, retrucou.

“Tudo depende do modo como você olha as coisas. Há cinco qualidades nele que, se você conseguir mantê-las, será sempre uma pessoa que fará a diferença", respondeu a senhora. E enumerou:

Primeira qualidade:

Você pode fazer grandes coisas, mas não deve esquecer nunca que existe uma mão que guia seus passos. Esta mão é a de Deus. E Ele deve sempre conduzi-lo em direção à sua vontade;

Segunda qualidade:

De vez em quando, eu preciso parar o que estou escrevendo e usar o apontador. Isso faz com que o lápis sofra um pouco, mas, no final, ele está mais afiado. Portanto, saiba suportar dores, porque elas o farão ser uma pessoa melhor;

Terceira qualidade:

O lápis sempre permite que usemos uma borracha para apagar aquilo que estava errado. Entenda que corrigir uma coisa que fizemos não é necessariamente algo mau, mas algo importante para nos manter no caminho da justiça;

Quarta qualidade:

O que realmente importa no lápis não é a madeira ou a forma exterior, mas o grafite que está dentro. Portanto, sempre cuide daquilo que acontece dentro de você;

Quinta qualidade:

Ele sempre deixa uma marca. Da mesma maneira, saiba que tudo que você fizer na vida irá deixar traços. Procure ser consciente de cada ação.

Ao jornal semanal Tribuna de Barcarena,

Inicialmente quero parabenizá-los pela edição especial de lançamento, mas também quero registrar minha indignação ao que foi impresso neste jornal. Na matéria de capa destaca-se Vila do Conde: Os contrastes sociais no berço da indústria mineral do Pará. Dedico essa primeira página a alguns pontos relativos às denúncias de descaso feitas por este jornal.

Quanto a esta matéria, concordo que há falta de recursos e assistência, haja vista que, por causa das empresas aqui instaladas, geram se não a terceira maior renda do Estado do atrás de Belém e Ananindeua (me corrijam se meus dados estiverem errados). Com o percentual de prostituição crescente cada vez mais, lembrando que não são somente os “gringos” a utilizarem esse “serviço”, mas também, há “clientes” da Vila dos Cabanos e Barcarena sede, onde (alguns além de casados) ocupam algum cargo de relevante importância dentro de empresas, órgãos públicos e até em igrejas.

Concordo plenamente com as denúncias feitas no jornal e vejo que (toda) essa situação se deve ao descaso tanto por parte da administração pública quanto da própria população. Ora, não é porque o serviço de limpeza não vem recolher o lixo doméstico que vou deixar espalhado na frente da minha residência. É fácil colocar a culpa no outro (veja bem, não estou, de forma alguma, defendendo a administração pública), o que penso e acredito é que se cada um faz sua parte, governo e população, em todas as esferas, desde municipal até federal, certamente conseguiríamos reverter, pelo menos, parte da situação. No entanto, prevalecendo o “jeitinho brasileiro”, pessoas se prendem ao ócio devido a programas do governo que deveriam ser provisórios, mas que acabam por se tornarem permanentes, não ajudando, sustentando. Responsabilidade social não é dar esmolas e sim fornecer subsídios que capacitem mão de obra qualificada (já que é essa a desculpa de muitos para não conseguir emprego), porém, quando a oportunidade de qualificação chega é preferível o ócio, “eu ganho a bolsa...”. Não se pode dar o peixe e sim ensinar a pescar.

Na matéria, propriamente dita, sob o titulo “Pobreza que afronta o império mineral do para”, me chamou a atenção e gerou em mim certa revolta, com o que considero um descaso do jornal para com a história de Vila do Conde na frase inicial da segunda parte da matéria em destaque: ”Vila surgiu com a chegada das empresas”, a história de Barcarena e seus bairros vão muito mais além. Vila do Conde é uma das localidades mais antigas do Estado do Pará, par isto basta pesquisar a idade do maior monumento histórico, a Igreja de São João Batista, antigamente chamada de São João dos Mortigura, povo nativo da região no tempo da administração jesuítica. Esse monumento histórico serviu de palco para a revolta mais marcante do povo paraense, a Cabanagem. As pessoas que, atualmente, vivem em outras localidades de Barcarena são oriundas dessa Vila, que foram remanejados da área onde hoje podemos “admirar” o porto de Vila do Conde ( e não a Vila do Conde do Porto).

Minha indignação começa muito antes da matéria, começa quando batemos no peito e dizemos: “moro perto da Albrás” e envergonhado em seguida, me pergunto se os moradores dos arredores da usina hidrelétrica de Tucuruí se orgulham de ali morarem, sem energia elétrica, à luz de lamparina. Que orgulho é esse? Eles assim como nós, estão há muito mais tempo do que eles, daí dizer que “surgimos devido as empresas exploradoras (não só de minérios, pois a exploração vai muito mais além) que estão acabando com a beleza natural de nossas praias” acho indignante, por isso faço questão de responder essa matéria.

Pra finalizar quero ratificar a história dessa Vila que é muito mais antiga que seus próprios moradores, esses que compõem essa história com grande orgulho, mesmo aqueles advindos de outros lugares (bairros, municípios, estados, regiões, países e até outros continentes) e adotam essa terra com sua e a defendem com garra. Mas é revoltante, chegar alguém de fora e atacar, de todas as formas, inclusive ideologicamente, a nossa população como acontece, sobretudo, nesses tempos de eleições, se for para ser assim, não sendo xenófobo, melhor nem vir. Vila do Conde é o reflexo, em uma escala menor, do Brasil: diversa, multirracial, multicultural, inter-religiosa, sofrida, mas lutadora, perseverante.

Meu nome é Sergio Angelim dos Anjos, condense desde o nascimento, em 1986, tenho quase a mesma idade que o complexo Albrás/Alunorte, parte da minha raiz ancestral morava onde o complexo se instalou. Há alguns anos minha tia se emocionou ao nos mostrar parte da casa onde moravam... Aquele pedaço de moradia devia guardar outro acervo de uma história de uma família, de um povo que chora por não ser lembrado e além de ser esquecido, continua a ser esmagado pelos mesmos tratores (da modernização) de outrora, mas de outras formas, com outros nomes, inclusive de pessoas.

Faço parte de uma geração que aos poucos vão adotando outros costumes, trocando um bom tacacá por um carregado (de gorduras e outros malefícios) hambúrguer, hot dog, etc. Certa vez um jornal noticiou que a escola em que eu outros cursaram o ensino médio foi apontada como tendo o melhor ensino da rede pública de Barcarena. A matéria foi até colocada em destaque no quadro de avisos da escola em questão e mais uma vez me enchi de orgulho que transformou mais uma vez em tristeza e indignação quando vi que esse “melhor ensino” era igual ao pior ensino da capital Belém, ou seja, éramos os melhores entre os piores, não acho isso mérito (mérito dos professores), acho isso um descaso coma nossa educação. Estou concluindo o curso de Pedagogia na Universidade do Estado do Pará, campus XIV no município de Moju. Agora que a universidade instalou um de seus pólos aqui e, para quem não sabe, esse campus do Moju era pra ser aqui, mas por falta de incentivo da administração, perdemos a oportunidade de cursar o ensino superior mais perto de casa, no nosso município.

Escolhi o curso de Pedagogia por me expelhar na dedicação de muitos dos professores do melhor ensino de Barcarena que acreditavam ser a educação o mais eficaz melhor meio de transformação social e pretendo seguir essa ideia como educador que pretendo ser. Para isso espero que possamos contar com os meios de comunicação, a mídia é responsável por uma gama de informações que ou educam ou estragam o seu público, depende da veiculação das informações, corretas ou não. Será que posso contar com vocês para uma verdadeira educação informacional. Obrigado pela atenção dispensada a esse desabafo de um leitor que só espera contribuir para a construção de um país melhor, a começar pela minha amada e querida Vila do Conde. Um fraterno abraço.